There’s Something I Need To Tell You
Foi assim que tudo começou em Abril de 2012, naquela vez em que numa festa de copos entre amigos me sentei numa mesa a um canto e comecei a escrever em inglês. A primeira frase surgia, proveniente de um impulso de querer dizer algo a um amor antigo. Vinte a trinta minutos depois, a história de Tsintty estava escrita em papel quadriculado. Ao ler ali, perante os meus amigos, olhámos uns para os outros e alguém no meio da multidão disse: “vamos fazer uma curta”. Para mim, aquele texto representava na altura apenas um libertar de correntes que me mantinham preso ao chão e longe daquela festa. No entanto, aquela ideia de fazer uma curta-metragem, de passar a mensagem a quem também estivesse a passar pelo mesmo, falou mais alto e a pré-produção começou. A planificação de planos começou a ser elaborada e uma incrível equipa de profissionais começou a formar-se. O grande obstáculo? Como em tudo, dinheiro. Não havia orçamento para cumprir os requisitos de um projeto que, embora simples, se afigurava muito exigente. Então metemos mãos à obra e fomos à procura de apoios financeiros. A história desta produção já é conhecida: primeiro os “sim” à ajuda e, após receção do argumento, os “não” começaram a surgir. Sem perceber o porquê desta mudança repentina de opiniões, a produção foi forçada a uma breve pausa. Recordo-me de uma instituição dizer que “uma temática como esta é ainda muito arriscada para financiar”. A equipa ficou destroçada – como é óbvio! -, porque todos juntos, sem esquecer ninguém, estávamos inteiramente empenhados em levar um pequeno projeto a bom porto. Por isso, em reunião, todos chegámos à mesma conclusão: “se ninguém nos ajuda, vamos nós todos financiar este projeto.” E assim foi. De cada um, em cada departamento, as filmagens foram possíveis porque os seus técnicos e elenco estavam dispostos a tirar do seu bolso para vos contar a todos esta história. E é a todos eles, da produção ao elenco, da direção de fotografia à direção de arte, aos assistentes, aos técnicos, aos parceiros, que estendo a minha eterna gratidão pela concretização deste projeto e da mensagem que a ele subjaz.
Tsintty nunca foi planeado como um filme de festivais. Nunca foi, de facto e à partida, esse meu objectivo. Sempre o quis lançar diretamente na internet, mas a persuasão da equipa de produção em lançar em festivais falou mais alto e, graças a essa intuição, o filme lá percorreu o mundo, ganhando vários prémios e nomeações, principalmente a nível internacional.
Mas, como vos disse, no que se refere ao Tsintty, sempre tive um sonho e um único objectivo: imaginem um rapaz ou uma rapariga jovem de 17,18,19,20, anos (e por aí fora!) que acaba de sair de uma difícil relação. Tantos os que se sentem destroçados, arrasados, sozinhos e desesperados. Ligam o computador desanimados, desligados da vida mas que, a certa altura, se deparam com um pequeno filme sobre o amor. E conseguem ver-se a si mesmo refletidos numa daquelas personagens, para reconhecer que, no fim, o mais importante somos nós mesmos, quem somos e que, por muita que seja a dor que carregamos, devemos ser nós a erguer a cabeça, a lutar, a seguir em frente. E o Tsintty não é nada mais do que isso, nada mais do que uma força, um “Vai à luta”, “Segue em frente”, “tu”, “Por ti”. E essa rapariga ou esse rapaz, no fim, sorriem para o monitor ainda com um semblante carregado, mas, ao mesmo tempo, mais leves, mais livres e mais conscientes daquilo que têm de fazer daí para a frente.
E é por isso que, a todos vocês fãs que têm acompanhado o Tsintty desde o seu primeiro post no facebook, vos informo que já a seguir, a curta-metragem estará disponível online para todos poderem ver, partilhar, gostar, comentar e fazerem o que quiserem com o filme. Chega a altura de eu, como criador da obra, deixar finalmente o filme cumprir o seu propósito e ver no que dá.
Foi um trabalho que durou dois anos a concretizar, um trabalho que não seria possível sem a incrível cooperação de amigos e profissionais fantásticos. Um trabalho que jamais alcançaria tanta notoriedade sem a vossa ajuda. Aos apoios que ajudaram na divulgação, um eterno obrigado de minha parte. Podia estar a nomear todos os parceiros e equipa mas, para isso, temos os créditos finais do filme que nomeiam todas as pessoas e entidades envolvidas neste projeto.
Agora o filme depende dele mesmo, mas também depende de todos vós. Partilhem pelos vossos amigos, comentem e espalhem a mensagem.
Um dia alguém me disse: “Adorei este filme e achei-o brilhante, porque creio que toda a gente ama e toda a gente sofre e toda a gente luta por um sorriso e esta história mostra-nos isso tudo, coloca-nos ali junto daquelas personagens, leva-nos para lembranças do passado e desejos de um futuro melhor”!
Teria muito mais para vos dizer, mas esta mensagem já vai longa. Agora é a vez do filme prosseguir o seu caminho através da internet e é a vez dele vos falar e vos transmitir o que eu vos queria transmitir. Mais uma vez, a todos um eterno obrigado e um até já, num novo e futuro projeto.
This was something I needed to tell you